Amar é um exercício de observação.
É preciso um olhar aguçado ao seu redor para descobrir em alguém as minúcias que te fascinam. É preciso também atentar meticulosamente quem é o alguém que melhor se molda aquilo que você almeja, com a ciência de que perfeição é exclusividade dos amores da ficção.
Amar é então se desprender dos idealismos para que estes não pesem em você e tampouco sufoque o outro. No cerne, amar é permissão do toque, do sentimento, da invasão, da conexão, da reciprocidade. Amar é então um exercício de libertação que te despe dos seus medos, dos seus tabus e dos seus escudos.
Amar é inesperado como forasteiro misterioso que chega na sua cidadezinha interiorana provocando receios mas também instigando a aproximação. Pois então, amar é ação porque é verbo. É real. E amar não é amor, porque amor é substantivo e pode sobreviver apenas na subjetividade das mentes fantasiosas.
Amar é a objetividade do movimento dos ventos que arejam a casa, tranqüilizam a alma e inquietam o coração. Amar é cotidianidade, sem a chata cobrança da durabilidade do sentimento. Amar é plural e é também, acima de tudo, inesgotável em definições!
Enfim, deixa ser o que for, deixa fluir
Amar é isso tudo.