07 novembro, 2012

Ventos

Parei no tempo e vi que já correm longe os ventos...

Ventos que me contavam histórias, que fantasiavam a vida, que guiavam os pássaros, sonhos, a encantada correria das nuvens. Pouco me importava de onde vinham, queria mesmo era saber seus destinos. Que sol buscaria, que lua e estrelas tocariam, criei almas para eles, corações, sentimentos, materializei seus passos.
Aprendi com a vida que os ventos levam a fantasia de muitos amanheceres. Descobri que foram ingratos zombando da minha inocência.
Que os sonhos que levaram jamais poderiam trazê-los de volta.
Que só tinham passos acelerados... Para a frente!
Para a dureza do presente. Para as incertezas do futuro.
Descobri que não inventam histórias, que não acordam porque não dormem nunca, que não trazem o que já se foi, que apenas nos tocam com suas insensíveis invisibilidades.
Na verdade, em algum momento, poderei ser sábia o suficiente para descobrir o que quer dizer os ventos para os ouvidos da alma!