06 junho, 2013

Chegadas e Partidas

"Segue o vento sob minha asas,
Eu não mando mais em nada.
Sei que é alto, mas eu vou pular."

Dizem que Fernando Pessoa escreveu: "Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos."
Não sei se foi ele realmente quem disse isso, mas independente do autor, é exatamente isso!

A verdade é que a gente pode adiar o quanto for, mas quando chega a hora de ir, precisamos ir. Quando as coisas acabam, se encerram, prolongar o fim apenas aprofunda uma dor que não precisaria doer tanto.

Ir...
Porque é hora de mudar, de recomeçar, de ter coragem de sair dessa zona de conforto. Enfrentar o medo.

É uma decisão difícil, planejar a mudança é doloroso, mas ao mesmo tempos dá um perspectiva nova das coisas, uma expectativa da novidade que supera o medo.

A menor distância entre dois pontos, nem sempre é uma linha reta.
A menor distância entre a menina que eu já fui e a mulher que essa menina sonhava em se tornar, está sendo uma trilha sinuosa, onde é necessário liberdade, livrar-se das amarras pra continuar a caminhada.

Muito cedo eu aprendi que não se deve agredir a realidade, quando acontece alguma coisa, não se deve perder tempo fantasiando em cima, deve-se partir do fato.

Sem dramas, realidade sem dor. Acabou meu tempo aqui, agora é hora de ir.
Alçar esse voo e encarar o desconhecido, sabendo que aqui é a minha base e meu porto seguro pra onde eu sempre posso voltar.

É preciso ter coragem de romper na hora certa, sofrer tudo que tiver que sofrer e ficar curado.
A vida segue, em paz e bem.